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Estado exportou R$ 146,5 milhões em produtos do agro, 64% mais que 2024, no primeiro trimestre

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No primeiro trimestre de 2025, o Acre registrou exportações no valor de R$ 146,5 milhões, um aumento de 64% em relação ao mesmo período de 2024, quando as exportações somaram R$ 89,4 milhões. A carne bovina foi o principal produto exportado, com vendas de R$ 47 milhões, seguida pela castanha, que alcançou R$ 32 milhões, e pela soja, com R$ 27,4 milhões.

Além desses produtos, o estado também exportou carne suína, ferro e aço, que somaram R$ 39,1 milhões. A diversidade de produtos exportados reflete o potencial agropecuário do Acre e sua capacidade de atender a diferentes mercados internacionais.

Os principais destinos das exportações acreanas incluem Peru, China, Espanha, Emirados Árabes e Malásia. Países asiáticos e sul-americanos têm sido especialmente demandantes de soja e milho, dois dos maiores produtos do estado. “A boa qualidade do solo e do clima no Acre abre oportunidades para a produção agropecuária. Estamos focados em continuar incentivando o setor e criando as condições necessárias para que o agronegócio siga avançando”, disse o governador do estado, destacando a crescente participação do Acre no comércio internacional.

A Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) e outras instituições estaduais, como o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e a Agência de Negócios do Acre (Anac), têm se dedicado ao fortalecimento do ambiente de negócios no estado. Entre as ações de apoio ao setor, estão a manutenção do reconhecimento do Acre como zona livre de febre aftosa, incentivos fiscais e participação em feiras internacionais. “O Acre tem se mostrado forte no mercado externo, e a tendência é de crescimento, apesar dos desafios, como as mudanças climáticas que podem afetar a produção”, afirmou José Luiz Schafer, secretário da Seagri.

A diversificação da pauta de exportações é uma prioridade, especialmente no que diz respeito à agregação de valor aos produtos. O estado já aposta na industrialização do setor agropecuário, buscando maior inserção nos mercados internacionais. “Queremos agregar mais valor aos nossos produtos e expandir nossa presença nos países vizinhos. O futuro é promissor, mas precisamos continuar investindo em infraestrutura e tecnologia”, completou Schafer.

Além do crescimento nas exportações, o Acre tem atraído investimentos privados. O setor de proteína animal registrou aporte de R$ 120 milhões, sendo R$ 82 milhões voltados para o setor de suínos. O setor de frutas e castanha também está em expansão, com investimentos programados de R$ 150 milhões. “O setor privado tem mostrado confiança no potencial do Acre. Os investimentos são fundamentais para ampliar a produção e alcançar novos mercados”, destacou Assurbanípal Mesquita, secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do estado.

Com base nos resultados do primeiro semestre, as expectativas para o restante de 2025 são otimistas. O Acre continua consolidando sua posição como um dos principais polos agropecuários da Região Norte, com forte presença no mercado internacional e perspectiva de mais crescimento no comércio de produtos agropecuários.

Fonte: Pensar Agro

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Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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