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Suinocultura fecha abril com preços firmes e exportações em alta

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Mesmo com uma leve retração nos preços do suíno vivo e da carne em abril, os valores seguiram cerca de 20% acima do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). A demanda interna aquecida no início do mês, aliada a exportações em ritmo forte, sustentou o mercado, que segue atrativo para o produtor.

Na primeira quinzena, a reposição entre atacado e varejo teve boa fluidez, favorecida pela capitalização das famílias e pela demanda da Páscoa. Já na segunda metade do mês, a procura desacelerou e os preços deixaram de subir, mas não recuaram de forma significativa.

As exportações brasileiras de carne suína in natura renderam R$ 1,4 bilhão em abril (com 17 dias úteis). Foram embarcadas 99,06 mil toneladas, com média diária de 5,8 mil toneladas. O preço médio por tonelada ficou em R$ 14.142, refletindo um avanço de 7,9% frente ao valor praticado no mesmo mês de 2024.

Na comparação anual, o volume médio diário exportado aumentou 32,5%, e a receita média diária subiu 42,9%, indicando forte apetite internacional pelo produto brasileiro.

Segundo levantamento de mercado, os preços do suíno vivo recuaram em algumas regiões, mas ainda mostraram avanço no comparativo anual. A média no Centro-Sul, por exemplo, subiu de R$ 7,44 para R$ 7,80 por quilo em abril, representando uma alta mensal de 4,93%.

A carcaça suína no atacado valorizou 8,62%, passando de R$ 11,61 para R$ 12,61 o quilo, enquanto o pernil teve aumento de 6,14%, indo de R$ 13,38 para R$ 14,20 o quilo.

Principais praças

  • São Paulo: arroba do suíno subiu de R$ 153 para R$ 163.

  • Minas Gerais: o quilo vivo foi de R$ 8,00 a R$ 8,60; no mercado independente, de R$ 8,10 a R$ 8,80.

  • Paraná: mercado livre com alta de R$ 7,75 para R$ 8,25; na integração, R$ 6,65 estável.

  • Santa Catarina: no interior, avanço de R$ 7,65 para R$ 8,20; integração estável em R$ 6,60.

  • Rio Grande do Sul: mercado independente passou de R$ 7,95 para R$ 8,25; integração manteve R$ 6,60.

  • Goiás: preços subiram de R$ 7,50 para R$ 8,40.

  • Mato Grosso do Sul: Campo Grande teve alta de R$ 7,30 para R$ 7,70; integração em R$ 6,60.

  • Mato Grosso: Rondonópolis foi de R$ 7,45 para R$ 7,70; integração estável em R$ 7,05.

Mesmo com a desaceleração das compras industriais após a Páscoa, o mercado seguiu equilibrado. A oferta enxuta de animais frente à demanda ajudou a evitar quedas acentuadas. Além disso, o desempenho das exportações colaborou para reduzir a disponibilidade no mercado interno, o que segurou os preços.

A expectativa para os próximos meses depende do ritmo de consumo interno e da continuidade das exportações. Por ora, o cenário é de estabilidade, com viés positivo para o produtor, especialmente se a oferta seguir controlada.

Fonte: Pensar Agro

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Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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